domingo, 16 de abril de 2017

abertura de temporada da orquestra filarmônica do estado de goiás

depois do convite/convocação inesperad@ da noite anterior - feito pela superintendente
veio o gole suburbano na caipirinha
será que foi ontem?
será que deixei meu ingresso em casa?

relicário acesso!
na porta do teatro
goiânia, enfim, pontualmente um minuto antes do início
a restrição soberba, tirana e imperiosa do espaço social impõe-se

Ricco no portão de entrada
só ricos entram
goiânia meu amor
goiânia minha agonia

cai fora
outras avenidas

despelado no centro da cidade
o pulso gritando mil palavras em silêncio
volto pra casa alugada de onde o convite teria chegado

no caminho, o mercado popular lotado
sento na mesa, sim, na mesa!
jajá desce outra caipirinha pra mim

- banda de barzim tocando na redoma de vidro

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

morro do além

sim
fabuloso

não
formidável

amem

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

k-osmose

radyante

a estrela ausente

seus raios
seus pretendentes
pelo caminho efêmero
na esteira do universo
fulguram
se atrelam

brilho
vácuo

nunca a tive
nunca terão

não pertence a ninguém
ela mesma não existe
ela é a própria dádiva
espontaneamente valiosa
presente dos céus

luminosidade tacanha
no tempo reduzido
muitos reais
instantâneos eternos
nada importa além disso

40 anos-luz daqui
uma risada sem igual
poderosa
mistura de alegria com crueldade
radyante

luz própria
vazio
ausência
indiferença

radyante

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

sobre colhões, arranhões e amizades

não falo de amor
falo de verdade
tensão
relacionamentos fraturados
amizades comprometidas

inclinado
na boca do abismo

atração
tesão
traição
desejo

quem tem razão?
encaixa ela aqui!

não cabe
transborda

sinto muito, amigo
não peguei

fui camarada
ofereci um chocolate

apaixonado pelo objeto errado
sofro os efeitos do ato falho

contudo
prossigo, cicatrizado
 
o machucado fraterno
serve de boas lembranças

das idiotices
retalhar amigos é a mais brilhante

produzimos marcas

na distância
a ausência
o encontro abstrato

amigo
de um jeito ou de outro


te levo comigo


sábado, 5 de dezembro de 2015

vitalismo e necessidade

do amor
a distância
a flor-bela

da potência do intelecto vívido
fome
sede

no caminho
através de nós
o encontro
atualizado

produções de realidades
fluxos
afetos

na distância
o horizonte desconstruído

sábado, 29 de agosto de 2015

radyante


rumores de galáxia
radyação intensa

nasce a estrela

distante
39 anos-luz

pergunto:
                existe paz
                                 no coração selvagem

quinta-feira, 14 de maio de 2015

antes do infinito

rabiscos, lagartixas, ruídos, odaliscas de borracha
de repente a constatação do fluxo ininterrupto da vida

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

ressurreição encarnada

2015
labirintos de alegria


os imponderáveis

outro dia

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

com plexus

poeta bom

é poeta morto!

domingo, 1 de dezembro de 2013

atleticat

nA-ída, ônibus pro campus, "integração", centro de baixo de pé d'água
hoje é dia de serra dourada, faça chuva, faça sol
a chuva apertou, eu soltei

latão na mão
jatos d'água me atravessam por todos os lados
a praça cívica está para os motoristas de goiânia assim como interlagos na F-1

no cruzamento do cepal do st. sul topo com o ônibus do atlético
desço no ponto do serra, o ônibus do dragão está parado do lado, esperando o sinal verde
mando aquela energia positiva pros jogadores, bato no peito e digo "tamo junto!"
o motorista do dragão buzina pra mim. é o sinal verde pra festa

na entrada, ingresso na mão de cambista, cincão até que eu pago pra ver
o latão na porta do estádio é cinco conto, mas tem o tal do valor agregado
sento na tendinha que tá rolando um som ao vivo e um churrasco
tem o cara tocando o cavaquinho, mandando muito, um sucesso no rabo do outro
a música agrega a gente
logo tinha uns quinze em volta da nossa mesa
um já foi no carro e pegou o violão, deu pro outro, o outro já falou pro cara do cavaquinho puxar um modão, o outro da perna mecânica falou comigo "isso aqui tá parecendo a lapa! eu sou de lá"
o cara do violão tocando almir sater, o cara do cavaco dibuiando
pagode com seresta, trilha sonora da festa
misturas do meu brasil, tipo psycho killer remix

entro no serra
o impacto de sempre
monumentos carregam energias históricas
choveu tanto que com a água acumulada dava pra jogar uns jacarés dentro daquele velho fosso,
o serra vira o castelo medieval onde o dragão impera

sanduíche grego, bar do gaúcho
embaixo das arquibancadas a jovem torcida dragões faz o esquenta antes da partida
eu lembro da igreja e de seus hinos de adoração
compro mais uma cerveja
perto de mim tem uma família inteira de atleticanos se jogando sal grosso
entro na onda e tomo um banho de sal grosso também
tudo é válido, tudo é festa, catarse pura
afinal, só a vitória interessa hoje
dos derrotados, dos excluídos, dos esquecidos, a história os recuperará em algum discurso, algum dia

a partida é emocionante do início ao fim
gol anulado, bola na trave, gol no fim do segundo tempo
o dragão vence na serra dourada
os sentimentos extrapolam limites

final de copa do mundo
permanecemos na série b